quinta-feira, 25 de março de 2010

Assistência em viagem

- Está lá!? é da assistência em viagem?
- Sim, que tipo de assistência precisa? - perguntou a senhora com voz melada gulosa de alguma coisa.
Aquela voz, neste início de Primavera, época de desabrochar a flor, desabrochou-me o mangalho deixando-me uns segundos em silêncio.
- Bem, eu preciso que alguém me ajude a aliviar, desculpe, a reparar a roda do carro, enfiei-a no buraco.
- Enfiou o quê? - perguntou a senhora com tom malicioso.
- A roda num buraco e estraguei-a!
- Então e o senhor não tem uma suplente?
- Ter tenho, não tenho é macaco!
- Não tem macaco?
Aquela pergunta levou-me para outro cenário mais idílico e respondi:
- Ajude-me por favor, está levantado e não quer baixar!
Após um breve silêncio:
- Fique descansado que lhe enviaremos alguém para solucionar o seu macaco, desculpe, o seu problema.

Não demorou que chegasse alguém e..., mas, mas, mas, o que é isto!?





- Boa tarde - disse ela com um sorriso atrevido.
- Boa tarde - num misto alucinado com maravilhado, com aquela expressão em que as mulheres dizem: "olha para aquilo, parece um anormal"
- Então temos aqui um problema de macaco - sempre com aquele sorriso malicioso - encravou?
- Não, quer dizer, sim, não baixa!
- Isso vejo eu, o melhor é levá-lo comigo para a oficina.
No caminho ainda comentava comigo próprio: "Meu Deu, isto é o Éden?"
Chegados à oficina



comecei a transpirar.
- Então teve um problema com um buraco e o seu macaco não deu conta do recado não foi? - perguntou-me a mecânica com um sorriso de quem vai dar um tratamento no assunto - não fique nervoso que o seu macaco, o seu carro irá ficar como quem fica de sorriso de orelha a orelha, vou-lhe pôr as mãos e vai ver!
- Vai? - perguntei eu meio atrapalhado, como se estivesse num flirt e na hora de me despir me lembrasse que tinha as cuecas rotas.
Ela levantou o carro com um macaco muito maior que o meu, pôs-lhe as mãos, untou a peça de encaixe e os respectivos buracos para lubrificar e melhor enroscar. De quando em vez olhava para mim com um sorriso e um à-vontade de quem sabe do assunto, sentia-se que não era nenhuma novata no que fazia.
- Pronto, está tratado! Agora só falta uns preliminares de acabamento ali com a minha colega.



- Acompanha-me? - perguntou a experimentadora da qualidade das mãos, quer dizer, do trabalho da mecânica.
- Sim, sim, claro!
- Não tenha medo, prometo que vou ser suave e não meto a fundo o acelerador.
Eu sentei-me, ela sentou-se em cima do condutor, do banco do condutor, pôs-me a mão na chave, aqueceu-me um pouco o motor, agarrou-me a manete, engrenou-a e, pôs-me o carro em movimento. Aquilo é que foi deslizar com um movimento delicioso e ritmado, sem interrupções hesitantes e uma coordenação de pôr qualquer um feliz de tanto prazer.

Retornamos ao ponto de partida, eu satisfeito com o trabalho produzido, ela feliz por eu ter ficado satisfeito. Despedi-me delas, paguei, agradeci o tratamento e, fui acompanhado pela relações públicas da oficina que me disse:
- Quando estiver aflito, não hesite, volte sempre!

Não foram precisos muitos metros, vi um buraco e enfiei-me nele. Peguei no telefone e...

Trimmmmmmmmmmmm, acordei todo transpirado, MALDITO DESPERTADOR!

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Sociais embora solitários, meigos e não piegas e, agressivos quando ameaçados. É este equilibrio que me fascina nos felídeos. Zoológicamente são a minha identificação. Considero os afectos humanos muito intrinsecados com a escolha do animal preferido...

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