Olhei distraidamente e vi um olhar severo, não na minha direcção, talvez nem em direcção nenhuma. Cabelos pretos, pele muito branca, rosto alongado, mãos delgadas, não muito alta; o suficiente, bem vestida; não para ir a festa alguma, os olhos...Como queria vê-los fui insistindo no olhar, olhei, voltei a olhar, tornei a olhar, até que olhou, tal como eu no início, distraidamente. Viu-me. Olhos pretos, pálpebras pintadas de cor violeta suave e risco preto, lábios finos e sensuais. Quase instintivamente, de forma subtil, levantei o copo e brindei em sua direcção. Sorriu, sempre com semblante severo, e correspondeu.
A Senhora de olhar severo, como a baptizei mentalmente, sorriu novamente, não para mim, para outra senhora que chegou e a cumprimentou. Um cumprimento algo invulgar, de veneração, de alguém que respeita, um respeito hierárquico, uma hierarquia intima.
Conversaram, não que eu ouvisse mas, senti que era uma conversa cúmplice e cheia de emoção, palavras vectorizadas, como que escolhidas para aquele local.
A Senhora de olhar severo, escreveu, disse qualquer coisa à outra, olhou, só com movimento ocular, na minha direcção e recostou-se na cadeira. A outra levantou-se, caminhou com andar elegante, calmo e sensual na direcção da minha mesa, sem me cumprimentar, entregou-me um cartão:
"Não gosto de cavalheiros sós, está autorizado a disfrutar da nossa companhia, Lady Catarina"
A Senhora de olhar severo, como a baptizei mentalmente, sorriu novamente, não para mim, para outra senhora que chegou e a cumprimentou. Um cumprimento algo invulgar, de veneração, de alguém que respeita, um respeito hierárquico, uma hierarquia intima.
Conversaram, não que eu ouvisse mas, senti que era uma conversa cúmplice e cheia de emoção, palavras vectorizadas, como que escolhidas para aquele local.
A Senhora de olhar severo, escreveu, disse qualquer coisa à outra, olhou, só com movimento ocular, na minha direcção e recostou-se na cadeira. A outra levantou-se, caminhou com andar elegante, calmo e sensual na direcção da minha mesa, sem me cumprimentar, entregou-me um cartão:
"Não gosto de cavalheiros sós, está autorizado a disfrutar da nossa companhia, Lady Catarina"
1 comentário:
Gostei...
So me ocorre uma certa coisa que eu cá sei...
Um dia revelo, ou nao...
Beijos
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